Ansiedade em crianças: compreendendo e apoiando o desenvolvimento infantil 

Ansiedade em crianças: compreendendo e apoiando o desenvolvimento infantil
Tempo de leitura 4 minutos

Entenda o que é a ansiedade em crianças, seus sintomas, causas e como ajudar os pequenos a lidarem com essa condição, proporcionando um ambiente mais saudável e acolhedor.

A ansiedade em crianças é uma condição que tem se tornado cada vez mais comum. Mudanças rápidas na rotina, excesso de estímulos e até mesmo expectativas exageradas podem desencadear sintomas de ansiedade nos pequenos.

É essencial que pais e cuidadores estejam atentos e bem-informados sobre como identificar e lidar com a ansiedade infantil, promovendo a saúde mental e o bem-estar.

O que é ansiedade infantil?

A ansiedade é uma emoção normal e, em certos níveis, faz parte do desenvolvimento humano. 

Contudo, quando essa sensação se torna frequente, intensa e impede a criança de realizar suas atividades diárias, ela pode ser considerada um transtorno. 

A ansiedade infantil se manifesta de formas diversas, dependendo da idade e do ambiente da criança.

Os sintomas incluem preocupações excessivas, medos irracionais, falta de concentração, insônia, além de manifestações físicas como dores de cabeça ou estômago. 

Os pais muitas vezes confundem esses sinais com traços comportamentais, dificultando o diagnóstico precoce.

Causas da ansiedade em crianças

Diversos fatores podem influenciar o surgimento da ansiedade em crianças. 

Questões genéticas, eventos traumáticos, problemas familiares ou escolares, como bullying, podem ser gatilhos para essa condição. 

Mudanças drásticas, como o divórcio dos pais, nascimento de um irmão ou a perda de um familiar, também podem causar altos níveis de estresse emocional.

Outro ponto importante é a pressão social e acadêmica

Crianças, assim como adultos, podem sentir-se sobrecarregadas quando são expostas a expectativas elevadas, seja no desempenho escolar ou em atividades extracurriculares.

Sintomas de ansiedade infantil

Para identificar a ansiedade infantil, é necessário observar o comportamento e as reações físicas da criança. Alguns dos sinais mais comuns incluem:

  • Preocupações constantes com situações futuras ou irrelevantes;
  • Medos extremos de coisas que normalmente não causariam tanto impacto, como animais ou escuridão;
  • Alterações no sono, como insônia ou pesadelos frequentes;
  • Falta de apetite ou queixas de dores de estômago e cabeça sem motivo aparente;
  • Isolamento social, evitando brincar ou interagir com colegas;
  • Irritabilidade e crises de choro sem motivo claro.

É importante ressaltar que, em alguns casos, a criança pode não conseguir expressar verbalmente seus medos e preocupações. Por isso, ouvir e prestar atenção em seus sinais é fundamental.

Como ajudar uma criança com ansiedade?

O primeiro passo para ajudar uma criança que sofre de ansiedade é compreensão

Acolher e validar seus sentimentos é essencial para que ela se sinta segura e apoiada. 

Além disso, manter uma comunicação aberta e sem julgamentos cria um ambiente em que a criança pode expressar suas emoções com mais facilidade.

Aqui estão algumas práticas que podem ajudar:

  1. Rotina estruturada: crianças precisam de previsibilidade para se sentirem seguras. Estabelecer horários fixos para atividades como refeições, estudo e brincadeiras pode aliviar a ansiedade;
  2. Exercícios de relaxamento: ensinar técnicas de respiração profunda e meditação pode ser útil para que a criança aprenda a controlar suas emoções em momentos de tensão;
  3. Limitação do uso de tecnologia: o excesso de tempo em telas pode aumentar os níveis de ansiedade. Incentive atividades ao ar livre e o contato com a natureza, proporcionando uma pausa das sobrecargas digitais;
  4. Exemplo dos pais: os pequenos aprendem muito observando o comportamento dos pais. Se os adultos lidarem com o estresse de forma saudável, as crianças tendem a seguir esse exemplo.

Quando procurar ajuda profissional?

Embora algumas mudanças no comportamento possam ser administradas com estratégias caseiras, em certos casos é necessário procurar ajuda de um profissional de saúde mental, como um psicólogo infantil.

Se a ansiedade da criança estiver interferindo de maneira significativa em seu desenvolvimento, impactando seu desempenho escolar ou suas relações familiares, é imprescindível contar com o acompanhamento adequado.

Terapias comportamentais, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), são eficazes no tratamento da ansiedade em crianças, pois ajudam a modificar padrões de pensamento negativos e a criar estratégias mais saudáveis de enfrentamento.

A ansiedade na escola

O ambiente escolar pode ser um dos maiores desafios para crianças com ansiedade. Além da pressão acadêmica, a convivência social pode intensificar medos e inseguranças.

 Professores e educadores também desempenham um papel crucial no reconhecimento dos sintomas.

Soluções como um acompanhamento pedagógico individualizado ou até a redução da carga horária em momentos críticos podem ser úteis. 

Em parceria com a escola, os pais devem sempre comunicar qualquer diagnóstico e trabalhar em conjunto para garantir o bem-estar do aluno.

A ansiedade em crianças e a importância do apoio

A ansiedade em crianças é uma questão delicada, que requer atenção, paciência e, acima de tudo, empatia. 

Dessa forma, a saúde emocional dos pequenos deve ser priorizada, e as famílias, com educadores, têm o papel de fornecer o suporte necessário para que eles cresçam em um ambiente acolhedor e seguro.

Ao notar qualquer sinal de ansiedade persistente, não hesite em procurar orientação profissional. 

O acompanhamento psicológico adequado pode transformar a vida da criança, permitindo que ela desenvolva habilidades emocionais que a acompanharão por toda a vida.

Nos contate e saiba mais sobre como realizar o acompanhamento infantil.

Conheça Kathleen Mendes

Psicóloga formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, especialista em Psicologia Hospitalar pelo Hospital das Clínicas da USP, com mais de 10 anos de experiência clínica no atendimento a adultos em demandas como depressão, ansiedade e luto. Mestranda em Psiquiatria e docente de Psicologia.

Deixe um comentário